Assim em 2011 dizia isto, ...
Vão ser apresentadas as sínteses e conclusões, relativo ao mercado
e de forma a dar resposta à questão inicial “Porque é que as principais Software Houses Portuguesas produtoras de
ERP, continuam a apostar forte na distribuição tradicional em detrimento da
distribuição em SaaS?”
Fica confirmado através da pesquisa bibliográfica, que o ERP
SaaS em Portugal é uma tendência de mercado, mas falta esclarecer quais as motivações
para que os produtores de software ERP não investirem de imediato neste modelo
de distribuição. Através da recolha de duas entrevistas com administradores de
empresas e com o inquérito que reflete a opinião dos colaboradores de
produtores/distribuidores fica confirmado que o ERP em SaaS para a grande
maioria destas empresas ainda não é uma realidade e que também não consideram uma
ameaça a curto e a longo prazo. Mas é uma realidade nas empresas, já estarem a
desenvolver processos de avaliação do modelo, mas como consideram uma
oportunidade com maior incidência a longo-prazo (78,85%) do que a curto-prazo (55,77%)
estão na expectativa.
Para identificar os atributos de posicionamento das empresas
Software House produtoras de ERP, nos segmentos SOA e SaaS foram definidas 9
(nove) hipóteses.
Iniciando com a hipótese “evolução do mercado ERP em
Portugal”, esta diz-nos que a tendência do ERP é ir para a Cloud (nuvem), realçando
que o ERP em SOA não está presentemente em decadência e que a sua transição
para SaaS deve ser de uma forma prudente, tendo em conta que os
distribuidores/parceiros apoiam esta decisão. No desenvolvimento deste novo
projeto, as regras de negócio e know-how atuais da aplicação SOA, são
aplicáveis no novo modelo e o investimento num novo interface gráfico
contrariamente às espectativas não é um impeditivo de transitar para SaaS.
As
duas principais razões que se encontram para a hesitação é o facto de ainda não
estar esclarecido ou “democratizado” o conceito de distribuição do modelo ERP
SaaS no mercado e o facto dos grandes líderes de opinião do mercado como é a
SAP® e a Microsoft®, ainda não terem apostado forte na conceção e transição
para este produto.
Na hipótese “Mercado alvo do ERP em SaaS”, esta pesquisa
permite conhecer que se está dependente do sector de atividade do cliente e ter
que se conhecer objetivamente qual o mercado alvo para o ERP em SaaS, encontrando-se
aí a resposta de que em primeiro lugar são as empresas Micro e pequenas
empresas e só depois aparecem as Médias e as Grandes empresas respetivamente.
Tendo em conta a hipótese “Investimento inicial do cliente”
o ERP em SaaS define-se como vantajoso para as empresas com poucos postos de
trabalho, sendo por isso uma vantagem comparativamente com o ERP em SOA. Assim
sendo, é um negócio de implementação que passa dos parceiros de negócio para os
produtores de software.
Sobre a hipótese “preço de um ERP em SaaS” é importante que
os produtores acrescentem valor às soluções de gestão. O pagamento mensal do
serviço em função da faturação do cliente ou o não pagamento do serviço no
primeiro de atividade por parte de startup`s ou microempresas, são decisões
negativas e não aceites por parte dos produtores ERP. Mas é bem aceite o modelo
de pagamento do ERP em SaaS ser mensal, assim como é considerado positivo o
facto da remuneração do parceiro/distribuidor ser mensal e em função da
utilização do software pelo cliente.
Com a hipótese sobre a “disponibilidade de um ERP em SaaS”,
obteve-se informações de que é imprescindível as empresas produtoras, possuírem
nos seus quadros recursos técnicos qualificados e multidisciplinares, assim
como ter que garantir prioritariamente o suporte técnico 24 horas/dia * 7 dias
por semana, e em alternativa secundária o suporte em 8horas/dia * 5 dias por
semana. Os produtores têm de alterar o processo de correção de bugs ou não
funcionalidades, adequado às novas necessidades dos clientes, assim como têm de
ter como parceiros web e data-center, empresas que garantam o suporte e apoio a
clientes de uma forma célere, de qualidade e eficaz.
Na hipótese “implementação de um ERP em SaaS”, apercebe-se
que o cliente com necessidades de uma instalação simples e trivial, este
produto deve ser considerado por parte destes. Sendo que a grande vantagem que
ressalta, é a de que vem resolver o problema do deficiente suporte técnico por
parte de alguns parceiros/distribuidores. Este produto está inserido, num
modelo de negócio que se presta a sinergias, outsourcing e cross-selling, com
empresas de serviços complementares.
Considerando a hipótese em que prevê a “conectividade e
compatibilidade” do ERP SaaS, com outros softwares aplicacionais complementares
e externos, dá como prioridade ter que se definir conceitos antecipadamente e
com objetivos muito bem definidos. Para isso, deverá ser um recurso que conheça
a tecnologia para fazer essa integração.
Na hipótese sobre “atualizações de um ERP SaaS”, o produtor
tem de adotar um modelo de updates e upgrades que vá ao encontro das
necessidades evidenciadas pelos clientes, assim como ter a qualidade de serviço
no máximo, para não correr o risco de perder clientes.
Por último, a hipótese “ambiente” externo do ERP em SaaS
evidencia o facto de existir uma resistência à mudança por parte dos produtores
e dos seus parceiros.
Mas constata-se também, que aqueles que não estão
completamente seguros em relação à sua própria resistência, são os próprios clientes
de software.
Assim, com esta dissertação fica mais claro saber quais as 10
principais razões que justificam as opções de posicionamento estratégico atual
e uma justificação para o não investimento no ERP em SaaS, por parte da grande
maioria dos produtores de software ERP em Portugal:
1.
O ERP em SOA não está em decadência e a
transição para o ERP em SaaS deve ser de uma forma prudente.
2.
Os “líderes de opinião” SAP®/Microsoft®, não estão
a apostar forte no ERP SaaS.
3.
A não democratização do conceito de distribuição
do ERP SaaS.
4.
O principal mercado alvo para já, serem as micro
(startups) e pequenas empresas.
5.
O modelo de negócio atual tem o “risco” de
passar do parceiro para o produtor ERP SaaS.
6.
Dificuldade em recrutar técnicos qualificados com
competências multidisciplinares.
7.
Ter que garantir prioritariamente o suporte
técnico 24 horas/dia * 7 dias por semana.
8.
O produtor não ter atualmente parceiros
qualificados, para operar no mercado através de sinergias, outsourcing e
cross-selling.
9.
Não ter um suporte técnico que assegure e
garanta a qualidade de serviço no máximo.
10.
A resistência à mudança por parte dos atuais clientes
de ERP em SOA.
Observa-se igualmente, que existe diferenças significativas
de posicionamento estratégico nestes dois segmentos de negócio, o que determina
a importância desta lógica de raciocínio para a competitividade das empresas
Pistas para investigações futuras
Em relação às pistas para investigações futuras, sugerem-se questões
que não puderam ficar completamente definidas.
Assim, as pistas ainda em aberto baseadas neste processo de pesquisa
e que estão relacionadas com o tema desta dissertação são as seguintes:
1. Poder-se-ia tentar saber quais os sectores de
atividade que mais se adequam ao ERP em SaaS.
2. Eventualmente
seria interessante conhecer em 2011 o posicionamento estratégico internacional
face ao ERP em SaaS, das multinacionais líderes de opinião em ERP como são a SAP®
e a Microsoft®.
3. Poderia
ser interessante saber também, como se democratiza um negócio como o ERP em
SaaS.
4. Seria
importante, conhecer quais os perfis dos novos parceiros dos produtores de ERP
em SaaS e que evangelização deve ser feita, no sentido de se adaptar à partilha
de sinergias e valências.
5. O
que é necessário acontecer, para que o cliente tenha confiança em colocar os
dados do seu ERP em SaaS num Data Center.
6. Quais
os requisitos e conteúdos padrão, que um produtor de software ERP em SaaS deve
conhecer, para poder programar e planear a formação dos seus recursos humanos
do suporte técnico, em função da necessidade destes se especializarem em multidisciplinas.
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